Análise do livro “O Coração Disparado”, de Adélia Prado



Trabalhamos em sala de aula com vários autores brasileiros contemporâneos. O objetivo foi levar os alunos a lerem literatura, a estarem em contato com diversas obras e textos diferentes de grandes autores do nosso país. Cada grupo trabalhou com tipos diferentes de textos, havendo espaço para debater a poesia, o conto, o romance, as memórias, a biografia, as aventuras, a literatura de autoajuda. A experiência da leitura terminou com criativas apresentações em sala. Foram trabalhados autores como Adélia Prado, Caio Fernando Abreu, Chico Buarque, Lya Luft, Fernando Sabino, João Ubaldo Ribeiro, Luiz Fernando Veríssimo, Murilo Mendes e Nelson Motta. Apresentamos a seguir os trabalhos  dos alunos, começando com Adélia Prado. Boa leitura a todos e todas!!!

Discentes: Amanda Novaes, Isabela Norton e Matheus Sampaio
Docente: Marise Baesso Tristão
Disciplina: Comunicação e Expressão Escrita II

Questões sobre a obra

De que se trata o livro?
É uma coletânea de poesias da autora. O livro aprofunda-se no tema religiosidade, marca da obra de Adélia.

De que modo o assunto é abordado? 
O assunto é abordado na forma de poesias, sendo o livro separado em 4 grandes temas: cotidiano, amadurecimento do desejo sexual, ser brasileiro do interior e o deslumbramento ante o divino.

Com que objetivos?
Adélia começa a escrever depois da morte de sua mãe, visando a expressar seus sentimentos. Acreditamos que ela escreveu todas essas poesias para retratar a sua vida, o seu cotidiano, suas impressões e sua forma de ver o mundo.

A quem se dirige?
As poesias não se dirigem diretamente a ninguém. Elas são escritas, geralmente, em primeira pessoa, são as impressões da autora sobre algo, alguém ou alguma situação.

Quem o escreveu? 
Adélia Luzia Prado Freitas nasceu em Divinópolis, Minas Gerais, no dia 13 de dezembro de 1936 , filha do ferroviário João do Prado Filho e de Ana Clotilde Corrêa. No ano de 1950, falece sua mãe. Tal acontecimento faz com que a autora escreva seus primeiros versos. No ano seguinte, inicia o curso de Magistério na Escola Normal Mário Casassanta, que conclui em 1953. Começa a lecionar no Ginásio Estadual Luiz de Mello Viana Sobrinho em 1955. Em 1958 casa-se, em Divinópolis, com José Assunção de Freitas, funcionário do Banco do Brasil S.A. Dessa união, nasceriam cinco filhos: Eugênio (em 1959), Rubem (1961), Sarah (1962), Jordano (1963) e Ana Beatriz (1966). Antes do nascimento da última filha, a escritora e o marido iniciam o curso de Filosofia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis. Em 1972, morre seu pai e, em 1973, forma-se em Filosofia. Nessa ocasião, envia carta e originais de seus novos poemas ao poeta e crítico literário Affonso Romano de Sant'Anna, que os submete à apreciação de Carlos Drummond de Andrade. Em 1975, Drummond sugere a Pedro Paulo de Sena Madureira, da Editora Imago, que publique o livro de Adélia, cujos poemas lhe pareciam "fenomenais". O poeta envia os originais ao editor daquele que viria a ser Bagagem. No dia 9 de outubro, Drummond publica uma crônica no ”Jornal do Brasil” chamando a atenção para o trabalho ainda inédito da escritora. O livro é lançado no Rio, em 1976, com a presença de Antônio Houaiss, Raquel Jardim, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Juscelino Kubitscheck, Affonso Romano de Sant'Anna, Nélida Piñon e Alphonsus de Guimaraens Filho, entre outros. O ano de 1978 marca o lançamento de O Coração Disparado, que é agraciado com o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Estreia em prosa no ano seguinte, com Soltem os cachorros. Com o sucesso de sua carreira de escritora, Adélia vê-se obrigada a abandonar o magistério, após 24 anos de trabalho. 
Lucy Ann Carter apresenta, no Departament of Comparative Literature, da Princeton University, o primeiro de uma série de estudos universitários sobre a obra de Adélia Prado. Em 1981, lança Terra de Santa Cruz. O livro Os componentes da banda é publicado em 1984. Participa, em 1985, em Portugal, de um programa de intercâmbio cultural entre autores brasileiros e portugueses, e, em Havana, Cuba, do II Encontro de Intelectuais pela Soberania dos Povos de Nossa América. 
A atriz Fernanda Montenegro estreia, no Teatro Delfim - Rio de Janeiro, em 1987, o espetáculo Dona Doida: um interlúdio, baseado em textos de livros da autora. A montagem fez grande sucesso, tendo sido apresentada em diversos estados brasileiros e também nos EUA, Itália e Portugal. Apresenta-se, em 1988, em Nova York, na Semana Brasileira de Poesia, evento promovido pelo Comitê Internacional pela Poesia. É publicado A faca no Peito. Participa, em Berlim, Alemanha, do Línea Colorada, um encontro entre escritores latino-americanos e alemães. Em 1991, é publicada sua Poesia Reunida. Em 1994, após anos de silêncio poético, sem nenhuma palavra, nenhum verso, ressurge Adélia Prado com o livro O homem da Mão Seca. Conta a autora que o livro foi iniciado em 1987, mas, depois de concluir o primeiro capítulo, foi acometida de uma crise de depressão, que a bloquearia literariamente por longo tempo. Disse que vê "a aridez como uma experiência necessária" e que "essa temporada no deserto" lhe fez bem. Nesse período, segundo afirmou, foi levada a procurar ajuda de um psiquiatra. Estreia, em 1996, no Teatro Sesi Minas, em Belo Horizonte, a peça Duas horas da tarde no Brasil, texto adaptado da obra da autora por Kalluh Araújo e pela filha de Adélia, Ana Beatriz Prado. São lançados Manuscritos de Felipa e Oráculos de maio. Participa, em maio, da série "O escritor por ele mesmo", no ISM-São Paulo. Adélia costuma dizer que o cotidiano é a própria condição da literatura. Morando na pequena Divinópolis, cidade com aproximadamente 200.000 habitantes, estão em sua prosa e em sua poesia temas recorrentes da vida de província, a moça que arruma a cozinha, a missa, um certo cheiro do mato, vizinhos, a gente de lá. 

·         O livro tem alguma característica especial?
Os textos retratam o cotidiano com encanto e simplicidade, baseados na fé cristã e aspecto lúdico. São tratados temas corriqueiros e da vivência da autora na pacata Divinópolis. A linguagem utilizada é coloquial, com expressões de fácil compreensão.

·         O livro exige conhecimento prévio?
Para compreender as poesias de Adélia, é necessário apenas ter conhecimento do contexto simples que ela as escreve. Não há necessidade de conhecimentos prévios.

·         Foi escrito de maneira interessante ou agradável?
O livro tem uma fluência agradável e é separado em 4 temas: cotidiano, amadurecimento do desejo sexual, ser brasileiro do interior e o deslumbramento ante o divino.




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